Terapia Sonofotodinâmica
A terapia fotodinâmica é uma técnica que vem sendo adotada em diversos países e se tornou realidade no Brasil no tratamento do câncer de pele não melanoma. Esse desenvolvimento vem sendo possível graças ao trabalho científico realizado por diversos pesquisadores brasileiros, dentre os quais os integrantes do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (CePOF/FAPESP). Essa terapia envolve três componentes principais: uma molécula ativada por luz, que recebe o nome de fotossensibilizador, uma fonte de luz visível, e oxigênio molecular que, juntos, causam a morte de células cancerígenas. Esta técnica, contudo, apresenta uma limitação que é a baixa penetração da luz em tumores de pele mais espessos.
Entre as formas de entrega de energia nos tecidos vivos, o ultrassom terapêutico tem se mostrado uma fonte de excitação mecânica de moléculas que permite a ativação de medicações sonossensibilizadoras (que tornam o tecido sensível a ultrassom) em maior profundidade, devido à sua boa penetração no tecido biológico e capacidade de sonoporação da membrana celular (ou seja, abrir pequenos “buracos” na membrana). Por isso, diferente do ultrassom diagnóstico (que não faz mal aos tecidos), o ultrassom terapêutico combinado a essas medicações gera morte celular de acordo com sua frequência e intensidade.
A técnica que usa ultrassom para ativar moléculas é conhecida como terapia sonodinâmica, e a combinação dela com a terapia fotodinâmica é conhecida como terapia sonofotodinâmica. O uso combinado de ultrassom e luz, sem um agente externo sensibilizador já tem se mostrado muito eficiente no alívio de sintomas de fibromialgia e doença de Parkinson, e espera-se que com essas medicações associadas possa trazer outros benefícios no tratamento de doenças.
A luz e o ultrassom são dois tipos de onda, sendo a luz chamada de onda eletromagnética, enquanto o ultrassom é chamado uma onda mecânica. O ultrassom tem esse nome porque é um tipo de onda sonora, mas que o ser humano não consegue ouvir. A energia que as duas carregam se propaga de formas diferentes, e tem efeito diferenciados nos tecidos vivos.
Por conta disso, os efeitos de uma e outra energia são associados de forma a aumentar o alcance de tratamento em termos de profundidade. O uso combinado de luz e ultrassom vai tratar de forma mais eficiente lesões mais espessas de pele, por exemplo. Assim, estamos entendo os mecanismos básicos da ação conjunta da luz e ultrassom através de diversos experimentos, inclusive com testes em animais.
Técnicas como a Terapia Sonofotodinâmica podem vir a contribuir de maneira relevante para o aperfeiçoamento dos tratamentos destes tipos de tumor. Esta técnica mista combina duas modalidades de terapia com mínimos efeitos colaterais, diferente de abordagens como a radioterapia ou a quimioterapia – que em alguns casos poderiam ser evitadas. O sucesso desta e de outras pesquisas nessa área podem trazer benefícios reais para os pacientes.